Uma equipa de investigadores portugueses
identificou um composto natural (o alfa-pineno) com elevado potencial para o
tratamento da osteoartrose, doença vulgarmente conhecida como reumatismo ou
artrose, e que é a principal causa de incapacidades motora e laboral, a partir
dos 50 anos.
Iniciada em 2007, a investigação partiu da
identificação de um conjunto de óleos essenciais de plantas da flora ibérica -
mais concretamente de plantas endémicas de algumas regiões de Portugal
(Quiaios, Serra da Estrela, entre outras) - com moléculas activas sobre a
doença articular crónica mais comum.
Até obter esta “família” de moléculas activas com
características promissoras para a terapêutica farmacológica da osteoartrose,
os investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e da
Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (UC) percorreram um longo
caminho.
Partiram de um rastreio biológico guiado e desenvolveram estudos em duas vertentes distintas: obtenção dos óleos essenciais e a sua caracterização química (liderada pelo investigador Carlos Cavaleiro) e a respectiva avaliação farmacológica (sob a coordenação da investigadora Alexandrina Ferreira Mendes).
Partiram de um rastreio biológico guiado e desenvolveram estudos em duas vertentes distintas: obtenção dos óleos essenciais e a sua caracterização química (liderada pelo investigador Carlos Cavaleiro) e a respectiva avaliação farmacológica (sob a coordenação da investigadora Alexandrina Ferreira Mendes).
O objectivo final da investigação, que tem a
colaboração do Serviço de Ortopedia dos Hospitais da Universidade de Coimbra
(HUC), explica Alexandrina Mendes, "é desenvolver um fármaco capaz de, em
simultâneo, travar a progressão da doença e promover a regeneração do tecido da
cartilagem".
A cartilagem, que funciona como amortecedor e lubrificante para garantir uma boa articulação e movimento dos ossos, é constituída por uma grande quantidade de proteínas que lhe dão resistência e elasticidade. As células da cartilagem (condrócitos) produzem essas moléculas de modo a substituir as que se vão degradando. No entanto, com o envelhecimento e, sobretudo, com esta doença, predomina a degradação em detrimento da produção.
"Conhecendo os mecanismos-chave é possível identificar moléculas que evitem a destruição e restabeleçam o normal funcionamento daquelas células, ou seja, o equilíbrio da produção – degradação", sublinha a investigadora em comunicado.
A cartilagem, que funciona como amortecedor e lubrificante para garantir uma boa articulação e movimento dos ossos, é constituída por uma grande quantidade de proteínas que lhe dão resistência e elasticidade. As células da cartilagem (condrócitos) produzem essas moléculas de modo a substituir as que se vão degradando. No entanto, com o envelhecimento e, sobretudo, com esta doença, predomina a degradação em detrimento da produção.
"Conhecendo os mecanismos-chave é possível identificar moléculas que evitem a destruição e restabeleçam o normal funcionamento daquelas células, ou seja, o equilíbrio da produção – degradação", sublinha a investigadora em comunicado.
O composto puro identificado pela equipa
"demonstrou uma forte selectividade para a cartilagem, isto é, não actuou
em outras células do organismo, o que é um bom indicador de que não provoca
efeitos colaterais".
No entanto, observa a docente da Faculdade de Farmácia e investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC), "apesar destes bons resultados ainda são necessários novos estudos de validação, nomeadamente ensaios pré-clínicos (em modelos animais) e clínicos".
No entanto, observa a docente da Faculdade de Farmácia e investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC), "apesar destes bons resultados ainda são necessários novos estudos de validação, nomeadamente ensaios pré-clínicos (em modelos animais) e clínicos".
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a
osteoartrose, patologia fortemente ligada ao envelhecimento, é uma das 17
doenças prioritárias na área da prevenção e tratamento porque, com a população
mundial cada vez mais envelhecida, é previsível agravamento da incidência da
doença com um forte impacto social e económico.
"A evolução da doença é um processo longo com custos directos (consultas, medicamentos, cirurgia) e indirectos (produtividade reduzida e absentismo laboral) muito elevados, tanto para o doente como para o Serviço Nacional de Saúde", conclui Alexandrina Mendes.
"A evolução da doença é um processo longo com custos directos (consultas, medicamentos, cirurgia) e indirectos (produtividade reduzida e absentismo laboral) muito elevados, tanto para o doente como para o Serviço Nacional de Saúde", conclui Alexandrina Mendes.
Fonte: http://www.boasnoticias.clix.pt/
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