quarta-feira, 8 de julho de 2009

Alergias, doenças auto-imunes, leucemias, transplantes e imunodeficiência

As alergias são reacções imunitárias a um antígeno estranho despropositadas. No individuo alérgico, o sistema imunitário não consegue distinguir alguns antigénicos não-self inócuos, como grãos de pólen, de antigénicos pertencentes a invasores perigosos. Logo gera-se uma reacção imunitária a estímulos que não põem a integridade do indivíduo em risco.

As doenças auto-imunes são devidas à perda da capacidade dos linfócitos em distinguir os antigénicos self dos não-self. O sistema ataca as próprias células do corpo, julgando-as invasoras. É possivel que muitas destas doenças, aconteçam devido à má função das células que destroem os linfócitos com receptores reactivos ao self.

Por razões ainda não conhecidas, as mulheres sofrem mais do que os homens com a maioria das doenças auto-imunes (como lupus, artrite reumatóide e esclerose múltipla), que são aparentemente mais provaveis em pessoas com determinados genes MHC, que apresentam os péptidos self de forma mais críptica aos linfócitos. Há poucas doenças auto-imunes que atingem mais homens que mulheres, como a espondilite anquilosante.

As leucemias (na medula óssea e sangue) e linfomas (nos gânglios linfáticos) são neoplasias (ou seja cancro) das células do sistema imunitário. Elas decorrem muitas vezes com efeitos auto-imunes e de imunodeficiência, sendo altamente invasivas, já que circulam livremente pelos sangue e linfa.

A rejeição de transplantes deve-se ao facto de as proteínas MHC da pessoa que doa o órgão serem diferentes (há grande variabilidade dos genes MHC, uma caracteristica que protege a humanidade das infecções: há sempre alguém que sobrevive por ter um MHC que apresente os péptidos invasivos suficientemente cedo). Os linfócitos interpretam um péptido self apresentado por uma MHC de conformação diferente da habitual como sendo não-self, e matam as células do orgão transplantado. Este problema é reduzido com a escolha de pessoas com MHC semelhantes para doações de orgãos (frequentemente irmãos, pais e filhos), e pode ser algo controlada com imunossupressores como os glucocorticóides.

A imunodeficiência é causada por uma falta de linfócitos, ou por um défice destes, pode também ser causada por uma deficiência de fagócitos. Contudo como os agentes do sistema imunitário interagem entre si quando existe a falta de um desses agentes todo o sistema imunitário fica ameaçado. A imunodeficiência pode ser congénita ou adquirida. Na Imunodeficiência congénita o sujeito sofre de uma desordem séria do sistema imunitário, em que os individuos não possuem nem linfócitos B nem Linfócitos T, como o nome indica esta doença normalmente é de nascença, e os individuos têm de ser submetidos a um ambiente isolado e completamente esterelizado. Esta deficiência é devida a um funcionamento anormal da medula óssea. O tratamento da doença pode passar por um transplante eficaz de medula óssea. Na imunodeficiência adquirida o sujeito adquire a deficiência do sistema imunitário mais tarde, o caso mais pragmático desta doença é o HIV, em que com uma diminuição das Linfócitos T dá-se um enfraquecimento progressivo do organismo, que fica sujeito doenças oportunistas, doenças que em indivíduos com um sistema imunitário completo não têm qualquer efeito ou que são pouco eficazes, mas que num caso em que o indivíduo se encontra com um sistema imunitário debilitado mostram-se muito eficazes e até mesmo mortais.

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