terça-feira, 7 de julho de 2009

ARTROSES

Sinónimos e Nomes Populares:

Osteoartrose, doença articular degenerativa. Os pacientes referem-se com frequência à Osteoartrite como artritismo.

O que é?

É a doença articular mais frequente e a cartilagem é o tecido inicialmente alterado. A cartilagem adere à superfície dos ossos que se articulam entre si. É formada por um tecido rico em proteínas, fibras colágenas e células.

Como se desenvolve?

A Osteoartrite (OA) tem início quando alguns constituintes proteicos se modificam e outros diminuem em número ou tamanho. Há tentativa de reparação através da proliferação das células da cartilagem mas o resultado final do balanço entre destruição e regeneração é uma cartilagem que perde a sua superfície lisa que permitia o adequado deslizamento das superfícies ósseas.

Este processo acompanha-se da libertação de enzimas que normalmente estão dentro das células cartilaginosas. A acção destas enzimas provoca reacção inflamatória local a qual amplifica a lensão tecidual. Aparecem erosões na superfície articular da cartilagem que fica como se estivesse cheia de pequenas crateras. A progressão da doença leva ao comprometimento do osso adjacente o qual fica com fissuras e cistos.

Ao mesmo tempo, aparentemente como uma tentativa de aumentar a superfície de contacto e procurando maior estabilidade, o osso prolifera. Mas não é um osso normal, sendo mais rígido e mais susceptível a microfracturas que ocorrem principalmente em articulações que suportam peso.

Aparentemente devido à reacção inflamatória local todos os elementos da articulação sofrem hipertrofia: cápsula, tendões, músculos e ligamentos. As articulações sofrem aumento de volume e podem ter calor local.

O grau de comprometimento é bastante variado. A doença pode evoluir até à destruição da articulação ou estacionar a qualquer momento. Há indivíduos que têm deformidades nos dedos e que nunca sentiram dor e outros que terão dor e progressiva piora da doença com consequentes deformidade e diminuição da função articular.

Não se conhece o gatilho inicial da Osteoartrite. Acredita-se que mecanismos diferentes levem às mesmas alterações na função e composição das estruturas articulares.

Frequência

A doença torna-se evidente a partir dos 30 anos de idade. Estima-se que 35% das pessoas já tenha Osteoartrite (OA) em alguma articulação nesta idade, sendo a grande maioria sem sintomas. Joelhos e coluna cervical são os locais mais atingidos. Aos 50 anos aumenta muito a prevalência e a partir dos 70 anos 85% dos indivíduos terão alterações ao RX.

Factores de risco

Osteoartrite (OA) nos dedos das mãos é mais frequente em mulheres e tem grande incidência familiar, favorecendo um mecanismo genético.

A Osteoartrite em articulações que recebem carga, como quadris e joelhos, são mais frequentes em obesos, o mesmo podendo acontecer com a coluna vertebral.

Defeitos posturais como pernas arqueadas ou pernas em xis favorecem a Osteoartrite nos joelhos. A posição inadequada do fémur em relação à bacia leva à degeneração cartilaginosa em locais específicos da articulação coxofemoral.

Do mesmo modo, defeitos nos pés levarão à instalação de Osteoartrite, sendo o joanete o melhor modelo. Entretanto, há pacientes que sofrem outro tipo de OA no dedo grande do pé que não se relaciona com defeito postural.

A Hiper-elasticidade articular, mais comum nas mulheres, pode permitir que as superfícies articulares ultrapassem seus limites anatómicos e a cartilagem, deslizando em superfícies duras, sofre erosão. Osteoartrite OA entre fémur e rótula (femoropatelar) é um exemplo comum.

Doenças metabólicas como diabetes e hipotiroidismo favorecem o desenvolvimento de Osteoartrite.

Outras doenças que afectam as cartilagens como a artrite reumatóide, a artrite infecciosa e doenças por depósitos de cristais (gota e condrocalcinose) podem apresentar-se com o mesmo tipo de lesão e são rotuladas como Osteoarartrite secundária.

Dr. Mauro W. Keiserman

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